Fico cego quando te amo
Amar-te é mentir-me a mim próprio sobre aquilo que penso e não o posso permitir porque não sei existir sem o meu pensamento imaculado. Não deixo de ver com clareza cada vez que deixo cair uma lágrima em desespero pela tua ausência, mas esqueço-me de como se olha. Perco a capacidade de tomar atenção às coisas e o tempo passa por mim como se eu não existisse.
Não sei amar porque não sei como viver ao perder a eficiência da visão e por mais romântica que seja a ideia de deslumbrar-me com o mundo ao teu lado, não sei olhá-lo com os teus olhos sobrepostos aos meus. Posso ser egoísta e mal amado, mas não sou cego e gosto de ver as coisas com os meus próprios olhos.