A rotina que mata

Transformamos os dias em tempo e perdemos o nosso tempo a preocupar-nos com os dias em que não vivemos. Sou por natureza insaciável e, por vezes, insuportável. Dizem-me os poucos amigos que me acompanham que não nasci para sobreviver mas para enganar a morte, chegando-me sempre perto dela e fugindo-lhe entre os pés. Talvez tenham alguma razão no que dizem, mas não creio tê-la visto alguma vez, salvo quando me entreguei à rotina dos dias que se sobrepõem no calendário, aí, talvez, lhe tenha suplicado alguma misericórdia. 

Sobreviver. Quem nasce para sobreviver perde-se na qualidade do viver e esquece-se do que o que realmente importa não são a fama, o poder e o dinheiro, os três pilares que nos conduzem, com maior celeridade, aos caminhos do infortúnio e da desolação. Acredito na alma e nela vivem-se os momentos, os bons e os maus, com os sorrisos e as lágrimas, a alegria e a tristeza. Nela não existem as rotinas.


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