Uma espécie de início
Talvez eu até venha a gostar de ti e pode ser perigoso.
Posso vir a olhar para ti e em vez de te olhar, começar a ver-te, a admirar-te, a considerar-te o ser que um dia poderei amar, de verdade.
Desafias-me e propões-me entrar em percursos que me direcionam à tua essência, à tua liberdade sem condições, a conhecer a tua alma que poderá, um dia, fazer parte da minha. Acordas o melhor que há em mim e adormeces a besta. Dizes-te perto, mesmo longe, eu sei, não precisas de o dizer, porque te sinto. Começas a dar ordens sem verbalizares uma única palavra. Dizes-me para sorrir e eu esboço-te o meu melhor sorriso, pedes-me que me cale e eu nem te respondo, falas-me de arte e eu levo-te ao museu mais próximo.
Posso ser o teu maior suporte, mas cuidado, porque todos os bons suportes vêm com alicerces difíceis de suplantar. Eis-me aqui, disponível. Pronto para te dizer aquilo que nunca pensaste ouvir. Árdua tarefa a tua, a de me acompanhares. Sorte a minha por não ter sido eu a escolher-te.