A falsa teoria do acreditar
Certo dia disseste-me que o segredo para atingir a felicidade era acreditar nos momentos, vivê-los, consumi-los e avançar. Disseste-me que vivesse o presente e que esgotasse todas as saudades nele. Acreditei em ti e fui feliz. Provaste-me que a tua teoria resulta mas esqueceste-te de me dizer que não estarias sempre cá para me lembrar dela.
Perdi a fórmula do teu sucesso e não te posso encontrar outra vez.
Gostava de poder voltar a encontrar-te, a mesma pessoa que me ensinou como sorrir e evitar o raciocínio, a pessoa que me ensinou a ignorância e a inconsciência como virtudes, a pessoa que me explicou como as pessoas são e a forma como agem. Gostava de te poder ver novamente e dizer-te o quão enganada estavas, explicar-te que a tua teoria não passava de um instrumento daquilo que realmente importava para mim e para o meu sorriso.
Não me esqueci de tudo o que me ensinaste e continuo a acreditar nos momentos, a vivê-los e a consumi-los, mas não consigo avançar, como antes o fazíamos, porque me apercebo que a nostalgia do presente apenas funcionava quando o meu presente eras tu.