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A mostrar mensagens de março, 2015
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Se um dia o conseguir, não to direi. Prometo.

Um caminho para a Paz

Pára um pouco para pensar e fala. Verbaliza tudo aquilo em que pensas nesse momento e explora esse pensamento, vê até onde te leva e tenta ver sempre para além disso. Explora a tua própria mente. E quando já não encontrares mais onde caminhar, quando o teu raciocínio terminar, quando os desejos culminarem num percurso sem saída, então pára novamente. Pára e não penses, não fales. Olha, sem observares. Ouve, sem escutares. Toca, sem sentires. Pára. Aproveita o momento e desfruta, atingiste a tua liberdade, encontraste a tua paz interior. 

A falsa teoria do acreditar

Certo dia disseste-me que o segredo para atingir a felicidade era acreditar nos momentos, vivê-los, consumi-los e avançar. Disseste-me que vivesse o presente e que esgotasse todas as saudades nele. Acreditei em ti e fui feliz. Provaste-me que a tua teoria resulta mas esqueceste-te de me dizer que não estarias sempre cá para me lembrar dela. Perdi a fórmula do teu sucesso e não te posso encontrar outra vez.  Gostava de poder voltar a encontrar-te, a mesma pessoa que me ensinou como sorrir e evitar o raciocínio, a pessoa que me ensinou a ignorância e a inconsciência como virtudes, a pessoa que me explicou como as pessoas são e a forma como agem. Gostava de te poder ver novamente e dizer-te o quão enganada estavas, explicar-te que a tua teoria não passava de um instrumento daquilo que realmente importava para mim e para o meu sorriso.  Não me esqueci de tudo o que me ensinaste e continuo a acreditar nos momentos, a vivê-los e a consumi-los, mas não consigo avançar, com...

O poeta é um fingidor

Segues em frente e escondes o sufoco de nunca teres querido sair de onde estavas. Arrumas as gavetas e eliminas os vestígios, guardas as lembranças na velha caixa de sapatos onde abafas as lágrimas que proíbes de percorrerem o teu rosto.  De quando em vez lembram-te os momentos, as músicas, os jantares simples, num quarto pequeno, que davam razão ao teu dia. Finges-te desiludido e mascaras as emoções. Trocas as recordações que um dia te fizeram feliz pelos sonhos que trarão motivos para sorrir. Não és mais do que um poço com um fundo acobertado de esqueletos e memórias do passado e ainda assim recusas a encher-te de motivos para continuar em frente e isolas-te. Insistes num futuro cheio de certezas enquanto vês o presente passar por entre ti e a tua alma presa no passado.  
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Sim, está acompanhada. Mas sempre sozinha.

A fantasia do acreditar

O dia em que descobrires que nada daquilo que imaginaste ser possível, nem que tenha sido apenas num sonho, não passa de uma fantasia, uma ilusão, será o dia em que deixarás de existir e morrerás aos teus próprios olhos. Somos feitos de sonhos e das suas ilusões. Nascemos vítimas de um desejo irreal pela continuidade da espécie, resultado da união de almas gémeas que nunca se chegaram a encontrar, uma mentira em que todos acreditam e a qual reforçam e apoiam durante nove meses do sufoco embrionário. Vivemos rodeados de mentiras que constroem realidades onde a imperfeição nos é invisível pela sua omnipresença e indistinção. Tomamos decisões e criamos conhecimento, baseados em falsas esperanças e desejos coletivos. Dizemos que "sim" quando deixamos de perceber o "não" como proteção. Seguimos em frente e, de repente, percebemos que é tudo uma ilusão e não paramos de respirar, continuamos, atores de um drama que só pode terminar no final do acto. 

A verdade é uma merda

A verdade é sempre a pior das mentiras para qualquer um de nós que acredita conseguir ser positivo, alegre e bem disposto. A verdade corrompe a alegria e ataca os mais humildes ignorantes que vivem felizes no conto das fadas inexistentes. Felizes os que nelas acreditam. Trago em mim a multiplicidade de personalidades que visto diariamente. É para mim fácil ser positivo e olhar em frente com uma falsa mas astuta confiança; Dói menos acreditar, sonhar, ir em frente e trilhar o caminho com pedrinhas de verdadeira ilusão. Mais difícil é dizer a verdade, aquela que trazemos na nossa mente e que, muitas vezes, apresenta os sentimentos de repúdio, desilusão e de frustração que escondemos para os não assumir. Dizer a verdade custa, dói e magoa e, em contrapartida, apenas nos tranquiliza e conforta por dentro. Em resposta à verdade, somos condenados em praça pública por mau caráter e desconsideração pelos outros. Tomados em parte por manipuladores e no todo por gente sem escrúpulos. A ...

O tempo que nada cura

O meu grande erro sempre foi tomar a parte pelo todo. Dei-te a importância demasiada que quis dar-te, descuidando a vontade em proteger-me, protegendo-te. Errei. Das duas formas.  Acabei por te magoar, magoando-me. Sofri as minhas dores e dei-te a sofrer as tuas. Abri-te os olhos, presumo. Ambos o fizemos e acordámos para a realidade do falso matrimónio que havíamos construído em menos de nada.  As coisas já não estavam bem, sabíamo-lo. Mas enquanto todas as discussões e desacatos terminavam no abraço que nos aconchegava e nos aproximava, estávamos bem. Éramos, fomos e somos ambos egoístas. Nunca nos respeitamos verdadeiramente porque nunca fomos capazes de nos compreender, ver-mo-nos pelos olhos do outro e isso foi a nossa verdadeira sentença. Não posso dizer que deixei de te amar, porque não é verdade. Sinto a falta da tua presença e do teu carinho, mas repudio a ideia de voltar a ter de discordar de ti e saber de que forma isso culminaria. Gosto da ideia do teu ...
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É saber-te aí e não te encontrar. Querer-te longe de mim.

Soterrado em sombras escondidas

Que misto este de emoções entrelaçadas em memórias que me corrompem e me confundem paradoxalmente entre o carinho, a angústia, o conforto, a ternura, o sofrimento, o choro, a mentira e o engano, a verdade, a irracionalidade, o querer ficar contigo para sempre e o jamais querer voltar a encontrar-te.  Morrem pessoas por muito menos e eu sobrevivo soterrado em sombras escondidas e entulho esquecido de amor aos baldes que outrora carreguei. Chego a ter pena de mim por tamanha perplexidade desconcertante com os pensamentos e sentimentos. Que raio de vida, que ser tão inoportuno sou, que estupidez imoral e apática trago comigo.

O amor mata

O porquê das coisas é muitas vezes a nossa maior dúvida e, por certo, o nosso maior erro é querer entendê-lo. Há certas circunstâncias que nos limitam a liberdade de escolha e, em grande parte das vezes, limitamo-nos a fazer aquilo que sentimos ser o correto, sem pensar no assunto. Mas pior do que esse ato irrefletido é quando nos restringimos de fazê-lo e nos arrependemos dessa inacção. Lutamos muitas vezes contra a nossa vontade em prol do nosso pensamento e, acrescento eu, da nossa estabilidade emocional, mas a realidade é que somos, por natureza, seres emocionalmente instáveis, dizemos o que não queremos e arriscamos tudo; A nossa racionalidade inclusivamente. O amor é o pior dos nossos defeitos e, como o ópio para os artistas, a nossa maior motivação. Morrem os artistas pelos vícios e morremos nós, artistas ou não, pelo amor que nos consome. 

Eu estou aqui

Não obtive a tua resposta durante demasiado tempo, ouvi o silêncio em cada vez que perguntei por ti e sufoquei na dor que foi crescendo dentro de mim. Quis alimentar um ódio que não podia sentir e, como seria de esperar, fracassei. Vejo-me hoje confrontado com o mesmo sentimento que te reservei. Quis mesmo, por momentos, acreditar que tudo não teria passado de uma ilusão, uma que teria criado envolto na mentira do amor. Mas a mentira sempre foi da minha parte: menti-te, menti-me a mim mesmo e alimentei, sempre, uma mentira que não incluía aquilo que senti, sinto e, presumo, continuarei a sentir por ti. Acredito que serei sempre a mesma pessoa. Continuo a pensar da forma independente e solitária que sempre me caracterizou mas, ao longo do tempo, aprendi a partilhar as minhas emoções. Não sei o que nos espera mas estou disponível para ti, a qualquer momento, nem que seja apenas para estar na tua presença e dizê-lo: "Eu estou aqui."