A pessoa
Não, claro que não. É impossível esquecer e simplesmente apagar a pessoa da realidade presente. O amor é inevitável, sentimo-lo, mesmo sem o querer sentir. É assim que funciona para nós, simples terrestres com incapacidades que nos limitam a nível emocional.
O facto de estarmos limitados a sentir, sem que o inverso possa acontecer por iniciativa própria, não nos impossibilita de, como em tudo na vida, contornar a situação. Há que encontrar alternativas e caminhos que permitam à nossa consciência, com a ajuda do tempo, assumir novas rotinas de pensamento e novos sentimentos. Não há substituições! Isso é simplesmente uma não-solução, apenas um analgésico para evitar e mascarar a dor que inevitavelmente vamos sentir.
A pessoa? Mantém-se. Devemos apenas verificar a sua influência no novo caminho. O mais importante é não alimentar o sentimento que tentamos contornar sabendo que o estamos a fazer e tendo a consciência da impossibilidade de o eliminar. Isso impede-nos da preocupação, do interesse e do conhecimento acerca da pessoa? Não, mas pode ser nocivo, porque acalma a dor e, se o faz, aproxima-nos daquilo que procuramos evitar.
Nada na vida é linear e nada no amor é permanente. Duas assunções que, na maioria das vezes, assumimos como princípio. O princípio do fim.
Nada na vida é linear e nada no amor é permanente. Duas assunções que, na maioria das vezes, assumimos como princípio. O princípio do fim.