Esquecemo-nos daquilo que é viver

Todos os dias eles se levantam, bem cedo, e, num ápice, se despacham para ir trabalhar. "Tem de ser", dizem-nos e nós acenamos com a cabeça, consentindo o comentário. Todos os dias eles chegam a casa, depois de oito, nove, dez horas. "Estou cansado daquele trabalho", comentam e, não muito tempo depois do desabafo, a triste realidade transparece: "Mas tem de ser."

Quando são mais pequenos, e claramente menos dotados de inteligência para uma resposta honesta, perguntam-lhes qual é a sua ambição, o que querem "ser quando forem grandes", e as respostas tendem a assemelhar-se e a caminhar sobretudo para as profissões liberais: veterinário, médico, professor, polícia, bombeiro, juíz.

Acredito que todos eles gostem e tenham uma vocação direcionada para determinado trabalho ou profissão mas e se lhes perguntassem o que querem fazer quando forem grandes, o que têm curiosidade de conhecer, onde sonham um dia poder ir. E se ao invés de os limitar a um sonho lhes dessem a possibilidade de sonhar com mais? E se lhes prometessem um mundo sem profissões onde pudessem ser tudo aquilo que quisessem quando quisessem? E se em vez de lhes dizerem que têm de estudar e trabalhar para isso, lhes dissessem que têm de aprender e criar as suas oportunidades? 

Sim, a infância nunca foi um momento menos importante. 

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