As minhas desculpas

Hoje recordei-me de ti, passado todo este tempo, e finalmente percebi que tenho um pedido de desculpas a fazer-te. Devo-te as minhas desculpas pelo que te fiz passar, pela imaturidade com que sempre te tratei e por toda a nossa história que guardo hoje como a mais bonita história de amor que vivi. E entendo agora o inferno por que te fiz passar. 

Se pudesse voltar atrás não o faria. Não gostaria de recuperar nem um segundo do tempo que vivi contigo, mas recordo todos os momentos. As coisas pequenas que me enchiam o coração e as grandes emoções que não fui capaz de viver. Não foi fácil para mim, mas agora sei que também não foi fácil para ti. Anos depois consigo compreender o que me querias dizer na altura e que eu era incapaz de perceber. Entendo agora as coisas que eu sentia e que não era suficientemente capaz para te transmitir. 

A seguir ao mais sincero pedido de desculpas, devo-te um agradecimento profundo por tudo o que me ensinaste, ainda que só agora o perceba. Agradeço-te por tudo o que fizeste por nós, a tudo o que deste e ensinaste, mesmo não querendo, àquele miúdo sem grande conhecimento do mundo, revoltado com  a sua própria história e desconhecedor da sua própria realidade.

Acredito pois que o futuro me reserva um grande amor, talvez mais do que um, várias histórias e emoções por explorar, imagino, mas guardar-te-ei sempre na minha consciência como uma ressalva daquilo que eu já fui e o que aprendi com isso: porque continuo igual, apenas com a consciência disso. Nós alteramo-nos, aprendemos, construímo-nos, evoluímos, mas não mudamos realmente aquilo que somos.  

Ambos crescemos, ambos evoluímos, ambos nos alterámos. Hoje encontro-te casualmente. Recordo o passado, mas sorrio. Há vontade em falar-te, em saber de ti, mas já não te conheço. Nem tu a mim. 

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