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A mostrar mensagens de março, 2018

Escrevo sobre o amor

A incapacidade da escrita resulta em mim na consequência de não acreditar naquilo que é o amor ou, ao invés disso, vivê-lo.  Percebo agora que a maior parte daquilo que escrevo diz respeito a amar, ao amor e como este influencia as minhas experiências de vida. Percebo que não amando reflito sobre o que já amei ou quem e de que forma poderei vir a amar. Entendo que é o amor que move a minha narrativa, olho para trás e percebo que foi assim que vivi incessante e desmesuradamente sem planos nem uma motivação estabelecida: apenas sentir e viver o amor. Encontro-me sozinho, por fim, depois de tanto tempo e de tantos pedidos de consciência para assim o estar. Eu comigo e com a necessidade e a certeza de saber-me sedento de alguém, da sua presença, da sua história - falta-me a minha e só por isso essa sede. Construo novas histórias na minha cabeça: o que ser, o que fazer, com quem falar, o que aprender, onde ir a seguir. Tanta liberdade e tão pouco tempo: passaram anos de um ...

A incerteza de um olhar

Encontro-te nas várias oportunidades e olho-te de soslaio como quem finge não te querer observar ainda que te deseje ver-me contemplar cada traço do teu rosto. Há muito tempo que não vivia esta sensação de inocência que causa o desconforto e a alegria por estar na tua presença. Incomoda-me, não o posso esconder: não reconheceria a tua voz se me falasses; Não sei tão pouco em que língua poderíamos comunicar. Não te conheço e vibro em cada viagem que fazemos juntos sempre sem nos falarmos. Gosto disto ainda assim, é como se fosse um jogo do tudo ou nada em que o tudo me parece o início de uma história, com pelo menos um capítulo de introdução, e o nada se assemelha a um livro em branco sem qualquer intenção de se preencher. Se te falasse o que me dirias? Sentirás o mesmo? Lembro-me do dia em que te descobri no meio de uma multidão e do encontro dos nossos olhares: esboçaste um sorriso, recordo-me, e eu perdendo a ilusão da tua atenção virei a cara no sentido oposto. Arrependi-me ...