Acerca da bipolaridade

Há momentos, há fases, há períodos em que tudo o que se pede é simplesmente uma vontade de não querer nada que, em conflito com o querer tudo, se perde na desordem da angústia, da raiva e talvez até do desespero.

Não é assim tão simples. Apetece estar sozinho e abdicar desse dom que é a comunicação, que é a partilha, o convívio. Apetece simplesmente menosprezar o outro, insultá-lo, dizer-lhe tudo aquilo que por respeito e bom-senso não se lhe disse. Não é ignorância, não me interpretem mal, é o contrário disso. Queremos ser ouvidos, queremos gritar e impor a ordem, mas sem que nos confrontem, sem que coloquem em causa tudo aquilo que desenfreadamente dizemos. 

Eu chamo-lhe "bipolaridade". É a fórmula que tenho para conseguir entender este sentimento oblíquo que atravessa o corpo e nos estrangula a alma. Ser-se aquilo que não se é. 

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