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A mostrar mensagens de maio, 2018

A casa de partida

Chegas a um ponto sem retorno, a um lugar onde um dia quiseste estar mas sem alguma vez teres pensado ser possível. Chegas e entendes que não é o que querias, que não é a forma como querias que fosse, que tudo é realmente diferente do que imaginaste e que não corresponde ao que procuras agora.  Ao chegares, entendes que foste tu quem te conduziu até ali, mas esqueceu-te o caminho e os vários obstáculos que eventualmente superaste ou que, aquilo com que não contavas realmente, contornaste. Fizeste o desvio mas não os ultrapassaste realmente, eles continuam onde sempre estiveram e a meta é apenas um espelho do caminho ou, na pior das hipóteses, a sua derradeira consequência.  Procuras novas metas, encontras um novo caminho mas os mesmos obstáculos. Estás de volta à casa da partida e, de repente, aquilo que antes era o objetivo converte-se num desfecho onde não queres chegar com pressa ou até mesmo, e se possível, não chegar. Interessa-te o caminho e não os desvios...

Um instante

E, num instante, a esperança, o desejo de mudança, o princípio de um novo início que, sem assumires, procuras. Por vezes dás contigo sentado em algum lugar, que é por certo distante e bem mais difuso do que aquele onde realmente estás, e pensas em tudo aquilo que podia ser e que não é, nas centenas de ideias e de possibilidades que trazes contigo e na capacidade criativa que tens em construir soluções para os problemas. Mas sobra-te a inércia e a força que nela investes, sem perceber como. Levantas-te e exclamas por liberdade só com a postura que assumes. Encontras a energia que escondias e começas a trabalhar pelas tuas conquistas, deixando de as esperar inerte e sem vontade.