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A mostrar mensagens de julho, 2016

Desabafos vazios sobre o ser-se

São pessoas, presumivelmente. Gostam de assistir aos programas de televisão inócuos da moda, são os novos comentadores sociais das teias de informação digital, procuram estar lá sempre, onde quer que os outros estejam, desde que estejam.  Ávidos por criar a sua própria legitimidade, procuram ser alguém através da representação que fazem de si mesmos. Falam de si, repetidamente: das suas histórias, das suas aventuras, dos seus medos, receios, lágrimas, tumultos e arrependimentos, mas nunca na primeira pessoa. São o exemplo de quem já o viu, dizem-se conhecedores. Como os outros, existem, vítimas do seu próprio percurso.  São vítimas da sua inusitada sede de protagonismo. Autocentrismo imposto por uma pangeia digital do "eu" que nos consome a vontade do conhecer, simulando-nos como mercadorias banais, com pouca utilização, mas valor acrescentado. Somos todos iguais, mas eles há que são gourmet , diferentes e indispensáveis a uma vivência obsoleta de desejos e vontades ...